Lyrics

Já acreditei demais… tolo fui eu.
Quis ser luz, mas ninguém me escolheu.
Me diz: pra quê sonhar, se acordar dói mais?
Pra quê sentir, se o coração é quem sangra por trás?

Falaram que eu tinha brilho, que era especial…
Balela! Só mais um palhaço no circo emocional.
Não sou faísca, nem calor, nem esperança,
Hoje eu sou silêncio, desprezo, vingança.

E não, eu não quero conserto,
Que se dane o certo, o puro, o honesto.
Amor é uma piada mal contada,
E eu tô rindo enquanto queimo a estrada.

Porque eu não sou um fogo de artifício,
Sou o incêndio frio, o caos fictício.
Não brilho — eu devoro, eu destruo.
O que você chama de alma, eu reduzo ao ruído.

E se você procura redenção,
Aqui só tem rancor e negação.
Sonhos são veneno,
Sentimentos são punição.

Já joguei limpo, já acreditei,
Hoje só jogo se for pra queimar alguém.
Não me peça empatia, piedade ou calor,
Tudo que restou em mim virou dor.

O mundo me fez de vilão e eu aceitei,
Assinei embaixo, e ainda sorri quando queimei.
A bondade morreu no primeiro “tanto faz”,
Agora só restou essa versão que te desfaz.

E não, não peça pra eu voltar,
Não quero amor, não quero lar.
O que vocês chamam de coração,
Eu chamo de fraqueza em decomposição.

Eu não sou fogo de artifício,
Sou cinzas congeladas, sou precipício.
Não tenho mais luz, nem direção,
Tenho raiva, desprezo e negação.

Então guarde seus sonhos, seus abraços vazios,
Eu caminho só, entre os próprios desvios.
O herói morreu sufocado em mágoa,
Nasceu o vilão — a alma em chamas, o olhar em água.

Sonhar é pros fracos.
Sentir é pra quem quer cair.
Amar é pra quem gosta de sofrer.
Eu aprendi a não existir.

E agora que eu sou só eu,
Sem ninguém, sem fé, sem Deus…
Entenda: não é que eu desisti.
É que vocês me fizeram assim.